Os perigos vistos e sentidos em cima de um Salto Alto.


salto Os perigos vistos e sentidos em cima de um Salto Alto.Vilão e Herói para as mulheres. Ao mesmo tempo em que eles nos dão sensação de poder também podem nos levar ao mais fundo dos abismos, pois chega um momento em que nada mais poderá te deixar em pé, posturada, elegante a não ser retirar o sapato que está matando qualquer possibilidade.
O pior é que mesmo sabendo disso tudo, mesmo já tendo passado por experiências terríveis e memoráveis, sempre fica aquela ilusão: Desta vez será diferente! Mas não vou abrir mão do SUPER SALTO ALTO. Um belo salto alto dá o tom ideal de elegância, sensualidade e sofisticação. Também não vou ser hipócrita, o saltinho deixa o bumbum mais empinado, as coxas mais definidas e a postura mais imponente.
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De acordo com os últimos estudos realizados pela ciência, a mulher que usa rotineiramente calçado de salto alto – como os da maioria das coleções mais desejadas – pode pagar um preço alto demais. Mas vamos ser realistas, nenhuma de nós jogará nossos saltos no lixo, abdicando deste poderoso acessório. Então o negócio é saber usar.
A última pesquisa a confirmar isso foi publicada no “Journal of Experimental Biology” e conduzido por Marco Narici, da Manchester Metropolitan University, na Inglaterra, e Robert Csapo, da Universidade de Viena, na Áustria, o trabalho mostrou que a utilização por período prolongado de salto alto provoca modificações em músculos e tendões. Após analisarem as estruturas ósseas e musculares de 11 mulheres que relataram usar salto de pelo menos cinco centímetros durante dois anos ou mais, cinco dias da semana, os pesquisadores verificaram um encurtamento das fibras dos músculos da panturrilha. “Elas eram 13% menores do que as das mulheres que não usam esse tipo de sapato”. Além disso, eles observaram que os chamados tendões de Aquiles, que conectam o osso do calcanhar ao músculo da panturrilha, estavam maiores do que o normal.
Ao longo do tempo, os saltos muito altos mudam a conformação dos pés, porque alteram a maneira como as mulheres pisam. Ao se equilibrar, a concentração do peso fica restrita aos dedos. Há, ainda, dificuldade na flexão da planta do pé – o que prejudica a circulação e potencializa a tendência a varizes. Além disso, o salto altera a musculatura da perna, tornando os músculos mais curtos na parte traseira e mais longos na frente. Muita gente já deve ter ouvido queixas de mulheres que afirmam que usam sempre salto alto e não sentem desconforto, mas quando trocam o calçado por modelos sem salto ou tênis, sentem dores na panturrilha (também chamada de batata da perna) e nos pés – sinais clássicos do encurtamento do tendão de Aquiles. Dores no joelho, no arco anterior dos pés, joanetes, calos, tendinites, unhas encravadas e danos à coluna, como lordose, são outros problemas ortopédicos causados pelo salto alto.
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“O salto alto muda toda a biomecânica do passo”, explica Cibele Réssio, ortopedista da Universidade Federal de São Paulo. Com sapatos de solado plano, o peso do corpo fica distribuído de maneira mais uniforme pela ondulada extensão do pé. Com o salto alto, a pressão vai toda para o hálux, nome médico para o popular dedão. O resultado pode vir em graus diversos. Cansaço, dor e calos são os mais costumeiros e fáceis de enfrentar. Mas há até quem acabe sofrendo de deformidades ósseas, como joanete, ou de problemas na musculatura da coxa e na curvatura lombar. Sem falar nos riscos de queda, lesões dos ligamentos e luxações no tornozelo, provocados pelo equilíbrio precário do andar nas alturas.
Os especialistas, porém, não pretendem fazer com que as mulheres desistam desses modelos – até porque certamente seria uma tarefa fadada ao fracasso. Por isso, preferem orientar. “Elas ficam bonitas e sentem-se bem calçando esses saltos”, afirmou Narici. “Mas podem tomar algumas precauções, como fazer alongamentos na salto alto 1 223x300 Os perigos vistos e sentidos em cima de um Salto Alto.região no final do dia”, aconselhou o pesquisador inglês. Também é possível ter cuidado na hora da escolha do modelo. “Saltos largos são mais indicados”, diz Antonio Egydio de Carvalho Jr., do Instituto de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Mesmo os saltos menores podem causar transtornos. Em uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de SP, Cibele Réssio analisou dez mulheres andando descalças, depois com saltos de 3, de 6 e de 9,6 centímetros. Para isso, usou uma palmilha com 960 sensores ligados a um computador que registrava, entre outras coisas, a velocidade do passo e o padrão de pressão. Conclusão: os malefícios perpetrados pelo salto 3 são quase idênticos aos do salto 9,6. Nem mesmo os especialistas estavam cientes disso. “Antes, os ortopedistas recomendavam ir ao trabalho com o salto 3 e, à noite, usar o mais alto”, diz Cibele.
A importância deste membro que nos agüenta o dia inteiro
Segundo o angiologista Luiz Negreiros, do Hospital das Clínicas, os pés têm importância fundamental na circulação de retorno corpórea, pois eles agem como uma esponja e levam o sangue para cima, de volta ao coração. “Os cuidados com os pés são vitais para o bom funcionamento das veias e artérias”, diz o angiologista. Os pés ainda são, de acordo com o especialista, mais propensos a artereopatias (traumatismos), pois ali, uma extremidade do corpo, se concentra um grande número de artérias e veias. “Pessoas diabéticas precisam de muito cuidado no trato dos pés, pois o nível de sensibilidade a cortes e ferimentos é muito baixo. Qualquer tipo de traumatismo no local pode levar a uma isquemia e até a uma necrose”, explica Negreiros.
Veja algumas dicas para minimizar o desconforto
  • 1. Alternar a altura do salto
    Se em um dia você usou um salto muito alto, no outro prefira modelos de até quatro centímetros de altura. A prática faz com que a musculatura fique em um estágio intermediário. Pode parecer uma dica de moda, mas o fato é que o mesmo modelo (ou salto) não deve ser usado durante muitos dias para preservar a musculatura dos pés.
  • 2. Modelos alternativos
    Compre modelos com o bico e salto quadrado, que oferecem mais estabilidade e conforto. As plataformas – mais indicadas pelos ortopedistas – também são recomendadas porque distribuem melhor o peso por toda a extensão da sola.
  • 3. Sapatos baixos (tênis) para dirigir e andar a pé
    Crie um novo hábito. Mantenha no carro um modelo confortável e sem salto – tênis são bons exemplos – para dirigir. As mulheres que utilizam o transporte público, podem adotar o mesmo procedimento. Quando chegar ao trabalho troque pelo modelo de salto alto.
  • 4. Massagear os pés
    A massagem nos pés, ao final do dia, ajuda a restabelecer a circulação e funciona como uma prevenção a cãibras e dores musculares. Após a massagem, coloque as pernas para cima por alguns minutos.
  • 5. Alongar a panturrillha
    Um dos efeitos de saltos muito altos é o processo de encurtamento da panturrilha. Para prevenir esse impacto negativo, transforme o alongamento da panturrilha em um hábito diário. Ao chegar em casa, no final do dia, utilize um degrau para realizar um exercício simples e que ajuda a manter uma boa circulação do sangue no local: coloque metade do pé sobre o degrau e force a outra metade para baixo. Depois, faça movimentos circulares com os pés para o lado esquerdo e direito. Repita a operação nos dois pés, por 10 minutos.

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